Novembro 24, 2017
Fernando Zocca
A televisão brasileira foi inaugurada no dia 18 de setembro de 1950. Sua padroeira é Santa Clara, mas o santo, ou a santa, do dia é Ricarda.
Ricarda é o feminino de Ricardo que atualmente entre nós brasileiros comuns é também conhecido como Ricardão ou “fura-olho”, isto é, aquele sujeito que, intrometendo-se entre os parceiros, que formam um casal, adultera o pacto de fidelidade feito por ambos.
A ação ricardina vale-se de alguns elementos para ser eficiente: primeiro, há a carência duma necessidade, não satisfeita, daquele que se deixa levar pela ação do Ricardão ou Ricardona; segundo, o parceiro pode agir como vingança por algum mal causado pelo cônjuge.
Desta forma a parceira que não se conforma com os sopapos diários, ou as agressões verbais, contra si ou os filhos, ao invés de se manifestar comunicando os fatos à polícia, ou aos parentes, procura descontar, vingar-se do agressor, com as “puladas de cerca”.
Há muito aquele velho conceito “mulher de malandro, gosta de apanhar” está fora de moda. Na verdade nem a mulher e muito menos o malandrim, gostam de sofrer castigos físicos ou morais.
Não é nada incomum o buscar fora do lar, ou do casamento, as satisfações que neles não se encontram.
Observa-se também a ocorrência do refrão “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, quando um dos parceiros, por ter sido atraiçoado, resolve usar a reciprocidade traindo também.
Nesses casos, meu amigo, o ziriguidum é tremendo. Os bafafás, os auês, e os pega-pra-capar são terríveis. Jogar limpo é indispensável para a manutenção da paz.
Esses dramas são comuns em todas as classes sociais. Existem entre os ricos, remediados e os pobres. Mas não deixam de ter um destaque especial quando são vividos por pessoas que diariamente aparecem ao imenso público, nos grandes veículos de comunicação social.