Dezembro 25, 2017
Fernando Zocca
Este ano de 2017 foi bom pra mim: Papai Noel me deu uma moto zerinho. Entretanto, como sempre acontece com as mudanças, um grave conflito instalou-se na situação pré-existente.
Como tenho por hábito correr cinco quilômetros por dia na pista do Piracicamirim ou, de vez em quando, 6,4 km na do parque Santa Cecília, o fato de chegar com o corpo desaquecido, pelo uso da motocicleta, resultou em problemas que, quero crer, traduziram-se em algumas micro fraturas no tornozelo esquerdo.
De fato, a caminhada da minha casa até as pistas, num ritmo bem leve, pode passar dos 20 minutos. Isso é o suficiente para que as articulações e o sistema cardiorrespiratório se adequem ao movimento depois da inatividade das noites bem dormidas.
Por isso, após algum tempo curtindo a dúvida, achei por bem continuar chegando a pé nas pistas. O voltar pra casa caminhando também tem seus benefícios. Um deles é o de poder proporcionar, com vagar, desaceleração, a volta ao ritmo cardíaco normal e o abaixamento da temperatura corpórea.
Com a imensidão de desempregados contidos no Brasil, nestes tempos, o mau humor, o ódio, a inveja, o ciúmes, a violência e os maus tratos têm sido constantes; são todos notórios e observáveis por quem se dispuser a notar.
Não haveria nada melhor na sanação da loucura coletiva, dessas folie a deux (transtorno psicótico partilhado) do que a prática do caminhar e correr nos parques da cidade.
Desde há muito pugno por praças públicas em Piracicaba. Mas somente por estes tempos é que se deu a verdadeira importância a esse tipo de logradouro.
Os políticos corruptos usufruem dos produtos dos seus crimes nas viagens longas a países distantes. Mas, infelizmente, os pobres, os miseráveis, moradores dos cortiços, e vilas urbanas, não teriam quase mais nada além da loucura coletiva, com a qual passam o tempo, curtindo os dissabores dos seus fracassos.