Setembro 28, 2020
Fernando Zocca
Há alguns anos passados houve aqui em Piracicaba uma candidatura gay, aliás gay não, transgênero. Quero afirmar, desde já, que não sou homofóbico, mas não posso deixar de falar assuntos relacionados à classe, por serem as tais pessoas viradas no djonho, digo, homossexuais.
Da mesma forma, não se deve deixar de apontar os erros por serem aqueles que os cometem negros ou pardos.
Se assim fosse, isto é, deixássemos passar batido os equívocos e os enganos dos gays, negros e prostitutas, só por serem eles o que são, estaríamos cometendo injustiças e contribuindo para o não desenvolvimento espiritual dessas pessoas.
- Você não deve responder, dar atenção às ofensas, insolências e maus tratos porque os tais que as fazem são retardados mentais – dizem os adeptos do “deixa disso”ou “deixa quieto”.
A gente sabe que existem muitos deficientes intelectuais/mentais que, com educação adequada, trabalham normalmente no comércio, na indústria e na prestação de serviços. Então se o retardado mental ofende continuamente as pessoas é porque não foi adequadamente ensinado.
Mas atendo-nos ao caso da nossa candidata, nascida nos idos dos 27 de dezembro, tendo por profissão a de empegada doméstica, nas repúblicas de estudantes da ESALQ e por terem, eles todos, como diva a comediante Dercy Gonçalves (foto) nascida na cidade de Santa Maria Madalena (RJ), resolveram batizá-la de Madalena.
E viveu então a nossa Madalena andando a esmo pelas ruas da cidade, arrastando os seus tamancos, exibindo vestes exóticas até o momento em que resolveu partir para a política.
Depois de eleita questões primordiais, se não urgentes, como, por exemplo, a de qual banheiro Madalena usaria, se dos homens ou das mulheres, foram resolvidas, ao que parece pela completa ausência da vereadora nas dependências dos banheiros durante o tempo de todas as sessões que participou.
Um intrigante fato, porém não deixou de chamar a atenção do eleitorado pagador de impostos: qual teria sido a participação da tal vereadora no desenrolar do processo político da cidade, se durante os 48 meses do seu mandato, não conseguiu tirar a busanfa, uma única só vez da cadeira que usava, para defender uma tese, emitir um parecer que fosse, justificante dos 48 salários que recebeu?
Até hoje não se sabe.
Sabe-se, no entanto que seu voto, durante as sessões camarárias serviu e muito, para a manutenção do atual estado caótico de coisas que envolvem o meio político piracicabano.
Numa ocasião, quando finalizava o seu mandato e torcia intimamente para que fosse reeleita, esperando o ônibus no terminal central ela comentava com os circundantes da fila:
- Gente: a gente precisamos fazer aos outros o que queremos que os outros façam com a gente. E não vamos fazer com a negadinha o que a gente não quer que eles façam conosco. Mas e quando, pergunto eu: e quando ninguém segue essa orientação o que a gente fazemos? – perguntou a edil ajeitando aquele lenço coloridíssimo no alto do cocuruto.
- Ah, Madalena se as pessoas não seguem as regras tipo os baitolas da banda que insistem em ensaiar as músicas no quintal da casa, depois das 22 horas, deve-se chamar a polícia e processar. Devem-se usar as instituições tipo polícia e judiciário – respondeu, na ocasião, uma agente do transito que, com uma prancheta na mão, anotava algo que ninguém sabia o que era.
Movendo a cabeça, de um lado pro outro, como se tentasse lançar as tranças do cabelo pra trás ela respondeu:
- Polícia? Hum... Querida... Judiciário? Sabe de nada inocente... Dizem que aquilo é igual a sorvete na mão de pobre: quando esquenta derrete tudinho...
- Motorista! Oi motorista!! Ai que lindo! – encerrou a conversa, naquela tarde, a vereadora que jamais foi reeleita.