Outubro 25, 2020
Fernando Zocca
As eleições estão chegando tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A sociedade toda se mobiliza a fim de arvorar no poder gente da sua categoria, da própria classe.
Nesse momento decisivo da política todos os demais setores sociais buscam influenciar de forma que os que ascenderem possam retribuir com o esperançado.
No esporte, nos times de futebol, vôlei, basquete, nessas organizações a preferência por este ou aquele candidato se evidencia também com ações e atitudes que mais desmerecem o oponente do que enfatizam as boas qualidades dos seus preferidos.
Duas grandes correntes emergem nestes momentos: das que mais se destacam é a dos empreendedores, proprietários de imóveis, hotéis, latifundiários, que no passado recente, (menos de 200 anos) eram escravagistas, torturadores, impiedosos, supremacistas e cruéis.
Outra corrente corresponde aos despossuídos, mais pobres, que foram sempre explorados nunca tendo oportunidade para educarem-se, estudarem, aprender a tocar a própria vida. Dessa corrente participa a maioria da população.
Daquela primeira corrente o preconceito de classe sobressai. Geralmente o industrial arrogante, o comerciante mandão, os latifundiários cruéis fazem parte daquele grupo de pessoas orgulhosas, que se consideram superiores, que “não dão mão a pobre e nem carregam embrulho”.
A autoestima dessa gente reforça-se com a humilhação e o menosprezo dos mais simples.
Para essas pessoas a difusão do conhecimento, da ciência, da tecnologia não pode ser transmitida. Fazem discursos, palestras, publicam vídeos nas redes sociais buscando limitar, demonizando, a transmissão dos conhecimentos que deve ser realizado somente para os escolhidos e que sejam simpáticos à sua causa.
Para os que estão na segunda corrente (os que nada têm) a institucionalização da saúde pública gratuita, transportes coletivos mais eficazes, segurança e menos impostos seria o ideal para o melhor e equitativo desenvolvimento da nação.
Para os enfileirados na primeira corrente a violência policial não seria tão nociva assim; os incentivos ao armamento corresponderiam aos desejos dos industriais do setor. Negócios são negócios, não importa se as agencias funerárias e os proprietários de cemitérios sejam, nesse caso, também interessadíssimos.
Se nas organizações esportivas as tendências correspondem aos interesses, também na religião as preferências tanto por uma quanto por outra corrente manifestam-se vivamente.
Há lideres religiosos que propagam a necessidade do empreendimento particular, não se importando com quaisquer inobservâncias quanto aos direitos dos empregados. Há também sacerdotes que difundem a necessidade da observância da compaixão, da caridade e mais humanismo.
Geralmente os políticos defensores do empreendedorismo selvagem mantêm-se por mais tempo no poder. Isso ocorre muita vez, por meios fraudulentos do tipo de fraudes em licitações, desvios de verbas públicas e superfaturamento nos preços e ajustes com a iniciativa privada.
Perceba, não é difícil notar que a grosseria, a estupidez e a ignorância impelem ações depreciativas contra pessoas cujas reações reforçariam a autoestima do supremacista.