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O Prato do Dia

O Prato do Dia

Março 29, 2019

Fernando Zocca

 

 

Comprei uma moto (sim, meu amigo, pobre também pode ter moto) Honda Start 160, na revendedora Beni Motos situada em Piracicaba, na Av. Armando de Salles Oliveira.

Depois que me entregaram o veículo, o atendimento pós-venda, passou a ser feito à Rua Benjamim Constant, 1752.

A revisão da entrega aconteceu no dia 15 de setembro de 2017. A primeira revisão – manutenção periódica - após a entrega do veiculo, deu-se no dia 05 de março de 2018; a segunda revisão no dia 15 de setembro de 2018; a terceira revisão aconteceria depois dos 18 meses a contar da data da compra.

No manual do proprietário há explicações do procedimento a ser seguido pelos revendedores. E deste consta que a troca de óleo e a mão de obra serão gratuitas a partir da terceira revisão até a sétima.

Mas não é bem assim que as coisas funcionam. Daquelas teorias todas do manual, a prática, meu amigo, é bom diferente.

Em contato telefônico com funcionário da Beni Motos (Rua Benjamim Constant, 1752), nesta data (29 de março de 2019), fui informado que os serviços da tal revisão (mão de obra) e troca de óleo, não seriam gratuitos e que pelos cálculos da empresa, o custo seria de R$ 501,00 (quinhentos e um reais).

Das duas uma: ou o manual do proprietário não contém verdades, iludindo o consumidor, ou a empresa Beni Motos cobra injusta e ilegalmente por serviços que deveria efetuar gratuitamente.

Revisão, ao que se sabe é rever o que já foi visto. Mas a minha moto não foi revisada, depois da segunda, que ocorreu em 15 de setembro de 2018.

Segundo a conversa do funcionário que me atendeu hoje pela manhã (29 de março de 2019) ao telefone, pela troca de vela, regulagem das válvulas e desmontagem do motor o valor cobrado seria de R$501,00.

O interessante, que chama a atenção do consumidor é o sujeito saber tudo o que tem de trocar, e todo o serviço a fazer no veículo, ainda em garantia, sem tê-lo visto nem de longe.  

Está certo que a crise está brava. Mas não vamos exagerar não é?

Aconselhamos A Honda do Brasil, instalada na Amazônia, que proceda a revisão do manual do proprietário (que é entregue ao consumidor no ato da compra) e que também treine melhor os funcionários responsáveis pelas vendas dos seus produtos aqui no Brasil.

Abril 25, 2018

Fernando Zocca

 

 

 

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É interessante o fato de existirem personalidades que se revoltam todas, queixam-se muito, quando, depois de brincarem a pampa com os outros, brincam com elas.

Era composto assim o tal de Cinho. Quando lhe perguntei, numa manhã, defronte à sua casa, qual seria a origem do seu nome, ele me respondeu:

- Na verdade, amigo, esta palavra é uma corruptela de senhor, sinhô, sinhozinho, Cinho. Compreendeu? Então... A gente temos muito orgulho...

Quando lhe disse que o diminutivo servia também para caracterizar os substantivos viadinho, anuzinho, o Cinho arrepiou-se todo.

Ajeitando o short branco, buscando cobrir parte da coxa alva exposta, Cinho tomou a vassoura e, com gestos largos, passou a afastar as folhas secas antes caídas da árvore existente defronte à sua janela.

Cinho era uma espécie da empregada doméstica. Já entrado na quinta década da vida, não saíra de casa, não se casara e diziam que tinha até raiva de quem tivesse feito isso tudo.

Como não sou homofóbico e desejo que todos tenham uma vida plena, bastante satisfatória, certa ocasião, quando Cinho e sua irmã mais fofinha, caminhando pela calçada, ao chegarem à esquina, sugeri-lhe que se empenhasse na busca de alguém com quem pudesse dividir suas noites solitárias.

Não sei se me fiz entender bem. Creio não ter exagerado no incentivo, mas soube meses depois que Cinho tendo se enlevado por um motoboy, quando este o levava a um baile na Vila Rezende, passou a mão no bumbum do moço, tendo recebido como resposta, uma capacetada vigorosa no cangote.

É claro que o bom senso, apesar do exagero da ação, louvaria o rechaço do mototaxista. Entretanto, o Cinho, creio eu, deveria valer-se de mais prudência na investida amorosa.

Cinho amava promover correntes. Ele escrevia mensagens, cherocava reproduzindo uma dezena ou duas, e depois saía jogando nas casas da vizinhança ou remetendo pelo Correio.

Os malefícios pra quem quebrasse as tais correntes eram temíveis. Quem lucrava, antes do advento dos escâneres, eram os donos das máquinas Xerox.

Cinho era boa gente. Às vezes, com as comichões a lhe atazanar as entranhas, vestia-se de mulher passando horas e horas diante do espelho a pentear as madeixas.      

 

Abril 10, 2018

Fernando Zocca

 

 

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- Van, você é muito burro. Como é que pode andar de moto? – indagou Dani Arruela ao mais ilustre cachaceiro tupinambiquence quando este, por volta das onze horas, entrou no boteco do Maçarico a fim de saborear a primeira cerveja geladíssima do dia.

Van de Oliveira tirou o capacete, pendurou a chave no pescoço, deu uma piscadela pro dono do estabelecimento, solicitando em seguida, um rabo de galo e cerveja.

Maçarico atendia ao pedido, misturado num copo, a dose de Cinzano com pinga, quando Van sentando-se a mesa, perto da janela envidraçada, depositando o capacete sobre o móvel e chamando a atenção dos presentes informou:

- A burrice não me impede a pilotagem da moto. Apesar de, agora mesmo, ao parar meu veículo, defronte a esta entidade, e, ao baixar o cavalete lateral, mais conhecido como pezinho, fazê-lo sobre meu próprio pé, quase caindo com a condução, não me considero tão ou mais impróprio do que o comerciante safado que, comendo o pão de forma fresco, põe depois outro vencido na embalagem nova, vendendo a coisa ruim pro cidadão incauto.

Dani Arruela, sentindo-se referida, levantou-se da mesa onde sorvia sua cachaça diária, assumindo pose desafiadora respondeu:

- Já vendi meu estabelecimento faz tempo. Meu negócio sempre foi roda. Comerciava de tudo no meu estabelecimento. Fazia unha, cabelo, consertava bicicletas, vendia relógios, mas nunca botei pão vencido na embalagem nova; pro seu governo, quando negociava meus produtos, sempre dava os trocos certinhos.

Maçarico aproximou-se trazendo, na bandeja, o rabo de galo e a cerveja gelada pedidos pelo Van.

Zé Ciliodemorais que também estava, naquele momento, no boteco entrou na conversa:

- Dizem por aí que tinha comerciante de relógio que vendia contrabando sem garantia nenhuma; ao negociar tirava a pilha nova botando no lugar uma usadíssima. Não adiantava o freguês reclamar, por estar a coisa ainda na garantia. Tinha de pagar uma pilha nova.

Dani Arruela sentiu o sangue subir-lhe pelo rosto. Vermelhíssima ela esboçou um avanço sobre Zé Cíliodemorais.

- Calma Arruela. Não se apoquente –- tem nego aqui fazendo coisa bem pior: estou sabendo que certas pessoas deste ambiente - falou Zé Cíliodemorais, apontando com o queixo o Maçarico – que ao estacionar na zona azul do centro da cidade, coloca tampinha achatada de garrafa no parquímetro danificando o aparelho. Quando o responsável pela área aparece pra ver o acontecido, não tem alternativa do que a de liberar o estacionamento grátis pro esperto.

Maçarico enraivecido procurando vingar-se da maledicência falou com a voz bem grave, em tom irado:

- Quero anunciar, neste momento, duas coisas: 1) o meu conceito por vocês foi rebaixado; 2) os preços da cerveja e da pinga estão, de agora em diante, aumentados em 200%.

Diante da grita geral Maçarico assustou-se; não teve outra opção do que a de abaixar as portas depois que a freguesia toda saiu em debandada.

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